Escuridão. Não, mais que isso. Um completo breu.
O aposento é pequeno. As paredes, antes brancas e lisas, estão repletas de desenhos agonizantes. Na porta - simples, cinza -, é possível ver marcas de unhas, do desespero de achar uma saída. Esparramados pelo chão frio, papéis, restos de pó branco e de solidão se misturam a seringas usadas, pequenas poças de sangue e excrementos de ratos. Jogado em meio a tudo isso, deitado, está ele. Contrastando com tudo em volta, a pele extremamente branca de seu peito nu se cola aos ossos. Não há vida em seus olhos saltados. As marcas de cortes e de furos nos braços revelam como ele tem passado os dias. O único som do lugar é o de suas arfadas, tentando captar um ar que não virá.
Ele levanta o braço e pega algo pouco maior que sua mão. Mete a outra dentro de uma pequena caixa e pega mais seis pequenos objetos. Um deles sou eu. Não tenho escolha. Fui criada para isso.
Coloca-nos no lugar. Serei eu a escolhida?
À minha volta, tudo começa a girar.
Puxa o gatilho.
aah! você conseguiu transmitir agonia no texto :P
ResponderExcluirGostei da perspectiva de ser a bala (:
+_+
ResponderExcluireu realmente gostei desse texto ^^
ResponderExcluirEsse é o "nosso" texto, né? iaeohihoiaeoihoiaeiae
ResponderExcluirEnfim, adorei. Já tinha te falado isso, mas acho realmente que é um texto pronto.
gostei.
ResponderExcluirBom texto, rapaz! Bela perspectiva.
ResponderExcluirGostei do desfecho!
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